quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Onde as crianças estão seguras?

Em tempos idos, casa era sinônimo de segurança para todos,sobretudo, para as crianças.Já não se pode confiar cegamente nessa teoria e, apesar da frequência com que acontecem casos em que o inimigo está dentro da própria casa, é impossível não acender o sinal de alerta!

Mas quem é este temido inimigo?O padrasto pedófilo,o pai alcoolatra,a mãe violenta,o irmão impediedoso, o computador. O mundo se pergunta o que está acontecendo consigo e tentamos insistentemente entender os rumos das relações humanas,sem sucesso.O prazer de destruir uma infância é desconhecido pra mim.Simplesmente não compreendo como para alguns isto é prazeroso.

O caso que mais impressiona, certamente, é o poder que uma máquina, conectada a uma rede mundial,tem de mudar um destino.As famílias buscam os problemas lá fora, quando na verdade, eles se iniciam no quarto ao lado,emoldurados por uma tela de 17 polegadas.

E aí, já sabemos o rumo da história, que sempre acaba nos noticiários, com crianças (e adolescentes, por vezes, até adultos) abusados e destroçados por ilusões oferecidas por desconhecidos através da internet.Você pode até pensar:"Como essas pessoas caem nessa?",mas nunca poderá prever se isso acontece ou acontecerá entre os seus.

Quando abrimos as portas de nossas casas, nos expomos, e aqueles que vivem conosco, à situações adversas quando, em geral, a realidade nos comprime ao conselho:"Não confie sequer em sua sombra",que dirá na do vizinho...Esta semana uma adolescente baiana foi assassinada à facadas por seu vizinho obssessivo. O homem, que nega as acusações e não aparenta ter problemas mentais, mantinha uma paixão platônica pela menina que, no auge de seus 14 anos, sequer sonhava que o perigo morava ao lado,literalmente.

A vida segue seu curso e aí,quando os pais mandam seus filhos para a escola, encontram a incerteza do retorno, que aparece não só no trajeto casa-escola mas, principalmente, dentro dela.Bullyng, ataques de professoras,alunos violentos, falta de segurança, ingresso de estranhos nas dependências da escola...Não se sabe como conseguir manter o coração tranquilo.

O problema, nesses casos, não é de gestão(ou falta dela).O problema consiste nas transformações sociais.As mentalidades estão cada vez mais darwinistas(aquela coisa de que o mais forte sobrevive,base sólida do temido bullying),as pessoas estão cada vez mais doentes mentalmente e os acessos à vida alheia, a vigília digital, estão cada vez mais expansivos.E isso parte tanto do lado da vítima quanto do agressor:ambos se encontram em situação de fragilidade,seja ela qual for.A única (e gritante)diferença é que a fragilidade da vítima é justificável, a do agressor,não!



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