domingo, 24 de junho de 2012

Depp,Burton e as Sombras da noite

Johnny Depp e Tim Burton são parceiros de longa data no cinema. O 'casamento' entre o galante ator e o excêntrico diretor rendeu filmes que se transformaram em sucesso de bilheteria e consagraram a união da dupla.  Burton é conhecido pela excentricidade e por exprimir em seus filmes uma melancolia peculiar que facilmente o identifica. Depp dispensa apresentações, é um dos atores mais talentosos e bem pagos de Hollywood, conhecido por sua beleza sempre ovacionada pelo público feminino(ainda que ignore o rótulo de galã). Juntos, Burton e Depp deram vida a filmes que se tornaram ícones do cinema: Edward, mãos de tesoura, Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, A fantástica Fabrica de chocolates, Noiva Cadáver,Sweeney Todd, Alice No País das Maravilhas e, este ano, o clássico cult Dark Shadows.  Em tempos de vampiros em evidência ( vide saga Crepúsculo, The Vampire Diaries, True Blood,etc), Depp interpreta Barnabas Collins, um vampiro, no mínimo, diferente. Após ser amaldiçoado e passar 200 anos acorrentado num caixão a sete palmos, Barnabas é libertado no ano de 1972 e encontra um mundo completamente diferente. Sedento de sangue, ele faz algumas dezenas de vítimas e segue rumo ao encontro dos 4 membros remanescentes de sua família, que perderam o monopólio da comercialização de frutos do mar em Collinsport para uma antiga e controversa conhecida de Barnabas, que é na verdade a grande vilã e a personagem que justifica toda a história.  Dark Shadows fala de vingança e, principalmente,de amor em suas diferentes nuances: fraternal, carnal,familiar,profissional, obsessivo...Angie amava Barnabas que amava Josette e temos o triângulo amoroso que origina toda a trama. Collins é um vampiro divertido, que carrega certa inocência no olhar e nas atitudes e, apesar de não possuir apelo carismático em suas ações (é um tipo engraçado de anti-herói) conquista por seus xingamentos altamente antiquados , pelo visual excêntrico e pelo tom levemente cômico.  Dark Shadows é resultado de mais uma grande e proveitosa parceria Depp/Burton. Curiosamente, dos filmes em que os dois trabalharam juntos, este é o que menos retrata a atmosfera sombria que consagrou Burton como diretor. Mesmo girando em torno de criaturas sobrenaturais e sendo baseado num romance melancólico, o filme é, em sua maior parte, embalado por uma trilha sonora enérgica e por algumas tiradas de humor(todas protagonizadas por Depp) que não chegam a arrancar gargalhadas do espectador, mas fazem brotar risos.  Aos amantes do cinema, das adaptações (Dark Shadows é baseado numa série de Tv que foi ao ar entre 1966 e 1971) e da dupla, vale a pena conferir o filme, sem maiores expectativas e exigências, pois seu objetivo é o de puramente entreter. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Fãs são apresentados à Born and Raised em encontro com John Mayer em LA- Relatos Parte I


Relatos começam a chegar de um pequeno grupo de fãs que foi convidado para uma "festa de escuta" de Born and Raised na noite passada em Los Angeles.Parece que o pequeno grupo de ouvintes foi escolhido na comunidade My Stupid Mouth e levado ao estúdio. John sentou e ouviu o cd com os fãs, apresentando as músicas e ocasionalmente adicionando alguma informação. Graças à família MSM, temos alguns comentários sobre o encontro:
"A primeira coisa que vou dizer é que eu, pessoalmente, sinto que este álbum é 100% diferente de tudo o JM fez. Se você ouviu Shadow Days e achou que estava diante do mesmo Mayer de Room For Squares, você está errado. Depois de ouvir o single, ver sua arte (single), olhar para a nova marca, eu me convenci de que este seria um álbum country. Não é o caso. Sim, existem algumas músicas que são um pouco mais no estilo Country, mas eu sinto que é impossível especificar um gênero para B & R".
Don Was produziu o álbum. uma olhada em sua discografia e ela  lhe dará uma idéia do que esperar. É como se Mayer tivesse um concebido uma música com traços de Dylan, Stones e Beatles. Alguém disse anteriormente que o álbum soava muito anos 70 - Concordo. Algumas músicas são muito Mayer (Shadow Days, Something Like Olivia, Born and Raised, A Face to Call Home, Love is a Verb, etc), outras são mais como "Mayer-com-uma borda" (Queen of California, que eu amei) e algumas correm por fora (Age of Worry,Walt Graces Submarine...).
A seqüência de músicas me pareceu muito justaposta, acho que pelo fato das canções serem tão diferentes, e eu gostei. A abertura é incrível - Queen of California tem uma vibe quente, como a california, Age of Worry é completamente diferente - é curta e mostra um tipo de escuridão que leva diretamente à Shadow Days.Cada canção é especial e cada uma é pontilhada com as grandes reflexões de Mayer,que amamos, se perguntando por que não pensar neles primeiro...
Logo antes de tocar o álbum, John disse a todos nós "você está prestes a ouvir um monte de informações, então não tente colocá-las todas juntas depois de ouvir uma vez." Não nenhuma maneira de assimilar o que eu ouvi na noite passada,o que eu considero emocionante. Eu escutei Battle Studies uma vez e senti que consegui relacioná-lo totalmente, ouvi-lo em alto e bom som. Foi temático e acolhedor ao mesmo tempo, e esta é a antítese. Essas músicas vão ficar melhor a cada vez que as escutarmos. Eu acho que os grandes fãs de Mayer vão revirar esse álbum até assimilá-lo, mas acho que os não tão fãs assim provavelmente ficarão confusos com tudo isso.
Além disso é ótimo poder sentar em uma sala com John e ouvir essas músicas tocar em sequência pela primeira vez. Fiquei pensando o quão vulnerável eu me sentiria se eu estivesse no lugar dele. Agradecimentos a RY e Mick por nos possibilitar isso- a equipe do JM fez um trabalho tão grande ontem à noite,o que foi realmente especial para todos os envolvidos. Todo mundo estava tão felize tudo funcionava tão bem,que realmente nos fez sentir como uma família. Estou muito animada para ouvir o álbum novo e ver como o mundo responde. Este é com certeza um novo capítulo "-. Lindsey


 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sabe quem não voltou do Canadá?O bom senso...

Sou do tempo em que fazia sucesso o interessante, o diferente, o talentoso,o incomum...Por isso devo estar tão deslocada diante de tanta curiosidade e assédio em torno de uma garota que já deixou de ser desconhecida...por um motivo que não compreendo.
Não tenho nada contra Luíza,muito menos contra o Canadá.Uma peculiaridade sobre ambos: não os conheço! Porém ultimamente tenho ouvido e lido incessantemente a piada infame "menos a Luíza,que está no Canadá".Passei o primeiro dia sem entender a piadinha virtual,me perguntando: Quem é Luíza?O que faz no Canadá? e,principalmente,pq tanta "graça" e movimentação em torno disso?Repeti mentalmente essas perguntas a cada vez que a piadinha aparecia em minha timeline (vocês podem imaginar quantas milhares de vezes me perguntei,pois se transformou num trocadilho viral!).
A tortura perdurou até que alguém esclareceu minhas dúvidas ao postar a explicação do sucesso da Luíza que estava no Canadá. A moça,que estava fazendo intercâmbio no referido país, é filha de um colunista social paraibano que participou de uma propaganda para venda de um imóvel e que,em meio a seu "discurso", disparou a frase que virou hit na web.
Não achei graça e continuei a não entender o porquê de tanto fuzuê.Muita gente aderiu e continua a usar o trocadilho (ainda que a tal Luiza já tenha retornado de sua viagem ao Canadá!).Mas há uma explicação para este fenômeno: carência de razões REALMENTE boas para dar risadas. O humor tem estado cada vez mais fraco e com a rapidez com que situações vexatórias se espalham na internet,é claro que será cada vez maior o número de piadas sem graça e situações constrangedoras sendo citadas e virando febre na rede mundial de computadores.

Luíza já voltou do Canadá,podem abandonar o trocadilho.
 Carlos Nascimento foi categórico: "Já fomos mais inteligentes!", e fomos mesmo... Nao dá pra entender que o público que critica o humor dos programas "Zorra Total" e "A Praça é Nossa" é o mesmo que ri de coisas como essa que envolveram Luíza e Canadá.Mais impressionante ainda é a mídia dedicar entrevistas,reportagens e tudo mais à personagem central da história...Afinal, o que ela pode nos ensinar com tudo isso?Desafio qualquer um a me explicar...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O meu,o seu, os nossos...ouvidos!

"O meu direito termina quando começa o seu".Frase antiga que me remete a um ciclo vicioso.Pensar nela e em suas implicações sempre me causa dor de cabeça...
Ontem estive numa situação de direitos múltiplos (e bastante desagradável, diga-se de passagem).Subi no ônibus(lotado e em horário de pico) e tive o primeiro contato com o som.Na caixa,uma música de Paula Fernandes.Era o player do motorista...
Me encaminho para o centro do coletivo e a até então,predominante música de Paula Fernandes encontra resistência no pop de Lady Gaga.Era o player de um passageiro...
Esperançosa de que houvesse uma "luz no fim do túnel"(ou melhor dizendo, do ônibus),sigo rumo aos últimos assentos, porém a situação naquela parte do ônibus se revela muito pior do que qualquer uma antes vivenciada: Swingueira e Gospel disputavam o mesmo espaço!Eram os players de dois passageiros...
Timidamente coloquei meus fones de ouvido,inultimente,claro.Tudo o que continuava a ouvir eram músicas apelativas e de duplo sentido misturadas à muita pregação e louvor.A Torre de Babel dos tempos modernos.Assim foi durante mais da metade do trajeto...
Não entendo qual a dificuldade em conectar um fone ao celular, levá-lo aos ouvidos e ser feliz privativamente.Não sei como as pessoas não se sentem incomodadas por impor aos outros uma música que carrega tanto gosto pessoal.Sentar ao lado de alguém com um som no último volume ultrapassa as barreiras da educação e beira a ofensa.Um estupro ótico!
Seu direito de ouvir música alta nos coletivos termina quando sento ao seu lado.E isso serve também para motoristas, cobradores e fiscais de ônibus.Ninguém pode ser priveligiado nesses casos...
Interessante que nunca ouvimos música de qualidade nos ônibus.Sei que se trata de gosto pessoal determinar o que é e o que não é boa música mas, definitivamente, "Gaiola das Popozudas","Trio da Huanna" e "Garota Safada" em alto volume não são os exemplos mais adequados de música de qualidade.
Temendo conflitos, não podemos (ou nos sentimos amedrontados e desconfortáveis) simplesmente pedir para que as pessoas usem fones de ouvido.É uma situação complicada de lidar.A solução?Uma simples plaquinha (ou quem sabe um decreto!) proibindo o uso de caixas de som ou celulares em viva-voz dentro dos coletivos.
Os ouvidos das pessoas de bom senso agradecem!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Onde as crianças estão seguras?

Em tempos idos, casa era sinônimo de segurança para todos,sobretudo, para as crianças.Já não se pode confiar cegamente nessa teoria e, apesar da frequência com que acontecem casos em que o inimigo está dentro da própria casa, é impossível não acender o sinal de alerta!

Mas quem é este temido inimigo?O padrasto pedófilo,o pai alcoolatra,a mãe violenta,o irmão impediedoso, o computador. O mundo se pergunta o que está acontecendo consigo e tentamos insistentemente entender os rumos das relações humanas,sem sucesso.O prazer de destruir uma infância é desconhecido pra mim.Simplesmente não compreendo como para alguns isto é prazeroso.

O caso que mais impressiona, certamente, é o poder que uma máquina, conectada a uma rede mundial,tem de mudar um destino.As famílias buscam os problemas lá fora, quando na verdade, eles se iniciam no quarto ao lado,emoldurados por uma tela de 17 polegadas.

E aí, já sabemos o rumo da história, que sempre acaba nos noticiários, com crianças (e adolescentes, por vezes, até adultos) abusados e destroçados por ilusões oferecidas por desconhecidos através da internet.Você pode até pensar:"Como essas pessoas caem nessa?",mas nunca poderá prever se isso acontece ou acontecerá entre os seus.

Quando abrimos as portas de nossas casas, nos expomos, e aqueles que vivem conosco, à situações adversas quando, em geral, a realidade nos comprime ao conselho:"Não confie sequer em sua sombra",que dirá na do vizinho...Esta semana uma adolescente baiana foi assassinada à facadas por seu vizinho obssessivo. O homem, que nega as acusações e não aparenta ter problemas mentais, mantinha uma paixão platônica pela menina que, no auge de seus 14 anos, sequer sonhava que o perigo morava ao lado,literalmente.

A vida segue seu curso e aí,quando os pais mandam seus filhos para a escola, encontram a incerteza do retorno, que aparece não só no trajeto casa-escola mas, principalmente, dentro dela.Bullyng, ataques de professoras,alunos violentos, falta de segurança, ingresso de estranhos nas dependências da escola...Não se sabe como conseguir manter o coração tranquilo.

O problema, nesses casos, não é de gestão(ou falta dela).O problema consiste nas transformações sociais.As mentalidades estão cada vez mais darwinistas(aquela coisa de que o mais forte sobrevive,base sólida do temido bullying),as pessoas estão cada vez mais doentes mentalmente e os acessos à vida alheia, a vigília digital, estão cada vez mais expansivos.E isso parte tanto do lado da vítima quanto do agressor:ambos se encontram em situação de fragilidade,seja ela qual for.A única (e gritante)diferença é que a fragilidade da vítima é justificável, a do agressor,não!



sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Hora da Estrela

Amar animais faz parte de mim. Cachorro,gato,periquito,papagaio,todos tem o meu afeto e,se eu pudesse,levava cada um dos animais abandonados que encontro pelo caminho pra casa.
Me sensibilizo muito com essa causa.Vira e mexe me pego chorando quando vejo um cãozinho na rua,com olhos tristes de quem precisa de carinho e abrigo.Não tenho frescura com animal só porque ele é "de rua": brinco,acaricio,dou comida,faço tudo que posso...Infelizmente não posso levá-los para casa.
Há alguns meses, estava num ponto de ônibus quando um cachorrinho poodle,preto e com os pêlos cobrindo os olhos se aproximou de mim.Estava chovendo e ele, ao menor sinal de meu afeto,ficou ao meu lado e não quis mais sair...tive que pegar o ônibus e subi aos prantos.Minha sensibilidade para essas coisas é aguçada demais.
Esses pequeninos vivem de forma independente e até são felizes,mas tudo e todos merecem e necessitam em algum momento da vida de um pouco de atenção e carinho, e com os animais não é diferente. Muita gente passa indiferente às centenas de cães e gatos que vemos espalhados por Maceió, como se não fossem nada e,infelizmente,só conseguem enxergá-los e se incomodar com a situação quando estes estão mortos, atropelados nas pistas,incomodando seu olfato ou passagem.Apenas nessas horas esses bichinhos são estrelas...
Para mim,eles são estrelas todos os dias,pois carregam uma parte de mim que não posso negar: a paixão por animais.Sempre que me deparo com um animal de rua morto, choro (sem vergonha),pensando no que aquele bichinho não teve em sua curta vida canina.
Besteira pra uns,relevante para outros.O que sei é que meus olhos não param de lacrimejar...Que exista um céu canino e que todos os animais abandonados na terra sejam felizes lá!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mentiras sinceras ME INTERESSAM,sim!!!

Dizem os poetas do cotidiano: Pegar ônibus é uma aventura,uma espécie de campo minado:você nunca sabe onde está pisando e,mais importante,no que vai resultar o seu "pisão"!
Meu pé já serviu de tapete pra muita gente;minhas narinas já sentiram odores que nem todas as palavras do mundo podem descrever;meus braços já foram tão esticados que quase fui convidada a substituir o homem-elástico no Quarteto Fantástico.Tudo em prol da pontualidade,assiduidade e manutenção do emprego.
Em Maceió, é assim: pra quem não tem carro e quer chegar cedo no trabalho, o jeito é se amontoar no primeiro coletivo que passar, estando ele "topado" ou não. É igual ao velho ditado: "Busão é como coração de mãe,sempre cabe mais um,dois..."
Não é de hoje que sou passageira nos coletivos de Maceió. Desde muito novinha ando de ônibus e sempre achei o máximo, pelas histórias que se ouve, as coisas que se vê e até as pessoas que se conhece, o que andando de carro é praticamente impossível.Andar de ônibus virou sinônimo de coletivizar histórias,sentimentos,opiniões,revoltas,suor,espaço e risadas,muitas risadas.
Mas nem tudo são flores e quem anda de ônibus diariamente sabe muito bem.Vivemos à mercê de assaltos,passageiros incovenientes,homens aproveitadores,perfumes indesejados,músicas de péssima qualidade,falta de espaço para todos e, além de tudo isso,falta de educação.
Que atire a primeira pedra quem nunca se deparou com um passageiro desprovido de bons modos,para não dizer MAL EDUCADO?Aquele que passa devastador no corredor cheio, levando sua bolsa e que mais vê pela frente sem, sequer, pedir licença?E aquele que pisa no seu pé e lá faz morada:Ai de ti se reclamar...
Comum também é cair não intensionalmente sobre alguém,pisar no pé por engano, bater sem querer na cabeça do outro...o que não é comum é pedir desculpas,ah, desculpa é espécie em extinção nos coletivos. E quando se pede,em geral, é recebida com muita má vontade. Vai entender...
Acho que de tanto não se pedir desculpas as pessoas se desacostumaram à ela, recebendo-a por vezes com ironia ou até agressividade.Eu mesma, numa freada brusca, pisei involutariamente no pé de uma mulher.Imediatamente pedi desculpas e ela simplesmente me olhou com a cara feia e me empurrou.A vontade da "gentil senhora" era me lançar escada abaixo,tenho certeza!Aí me arrependi de ter me desculpado,devia ter pisado no pé dela e não ter falado nada,aí sim, queria ver o que ela teria feito.Quer dizer, melhor não...talvez sem as desculpas ela me jogasse escada abaixo,segundo sua íntima vontade.
Vai entender o ser humano, a quem nem mentiras sinceras ou verdades mentirosas estão interessando mais...