domingo, 7 de fevereiro de 2010

As verdadeiras "pecinhas" de Maceió.


Sábado á tarde, contrariando minha preguiça e a vontade quase incontrolável de me entregar ao prazeres da televisão, criei coragem para acompanhar o bloco das Pecinhas de Maceió.

Antes de continuar, preciso esclarecer que no dicionário "Priscilístico", acompanhar significa olhar de longe, observar, nada próximo de pular dançar enlouquecida ou embarcar na "pipoca"...quem me conhece,sabe.

A ida é sempre uma folia, o ônibus vai cheio, você até vai sentada e as pessoas ainda( é importante frisar) estão civilizadas.

O bloco é animado e a maioria dos foliões conhece o verdadeiro sentido da palavra diversão, mas aí com pouco tempo a coisa esquenta mais que o forte sol que brilha no céu, o calor fica mais insuportável do que o que faz suar a pele e o motivo não é o aumento da temperatura, é a violência entre(ou das) pessoas.

Arrastão, assaltos, brigas e gente correndo de garrafas de vidro lançadas ao alto...e eu no meio!Quanto arrependimento.

Passado o bloco, a euforia das pessoas e o empurra-empurra vem a volta, tão temida e esperada( afinal, que lugar é melhor que a própria casa?).Mas ontem, 06/02 não foi bem assim pra vim, a volta virou um pesadelo...

Passei a dizer que ontem tive o privelégio de acompanhar em slow motion uma versão do céu e do inferno e assim deu pra fazer um panorama crítico e comparativo de onde quero passar a eternidade...Não estou prestes a fazer um discurso religioso fervoroso,analogias servem exatamente pra isso...

O céu era a alegria e paz entre alguns foliões, gente consciente que só queria se divertir de forma saudável e responsável, sem implicar riscos à vida de ninguém...Pessoas bonitas, olhares interessados,comida regional,boas companhias...

A visão do inferno era um pouco mais incisiva e cruel: gente se amontoando num ônibus com espaço pra 60 pessoas, vândalos pulando a catraca, gente pendurada nas janelas, povo quebrando a porta, cobrador sendo xingado, motorista ameaçado de morte, gritaria, gente caindo pela porta e calor, muuuuuuuito calor (a parte do inferno que muita gente cita sem saber mas que deu pra sentir na pele).

Dado os panoramas escolhi o céu.Não que ele não fosse minha opção desde algum tempo, mas agora apertei o botão verde que diz " confirma".

Não entendo o comportamento de alguns seres humanos que acham que tudo se resolve no braço.

Não consigo absorver a idéia de que não é possível desenvolver o mínimo de educação (ou algo que chegue perto desse conceito)

E, mais que qualquer outra incredulidade, não consigo acreditar que me meti num "programa de índio desses".

Dizem que ditados são sábios, com alguns concordo outros acho extremistas, mas com o que segue tenho de concordar: "Gato escaldado tem medo de água fria".Antes de ir à um programa desses de novo, me assegurarei de todos os prós e contras.

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